quarta-feira, 8 de maio de 2013

Marketing & Merchandising - Cigarros do Club do Remo (1913)


Coisas que encontramos na sede do Clube do Remo, na avenida Nazaré. Os "Saborosos e Hygiênicos" cigarros do Club do Remo, produzidas com "Esmerada Manipulação" nas cidades de "Acará e Bragança" em caixas elegantes que continham 20 unidades. Tudo isso em 1913!

Sim, 1913, quando o então Grupo do Remo, um clube que praticava o Remo e outros esportes, organizou seu departamento de futebol e ganhou seu primeiro título. Ano em que mudou sua nomenclatura para essa que estampa a carteira de cigarro e começava a deixar de ser um clube das elites, que apoiavam os remadores nos prélios na baía do Guajará para ser um time do povo, que se amontoava ao lado dos estádios e torcia pelos jogadores de futebol.

NOTA DO BLOGUEIRO
- Sim! Em 1913 os dirigentes do Leão já tinha uma noção de marketing e merchandisign BEM MELHOR que os atuais. Fico grato de não terem investido mais em cigarros - se os estádios do Pará já são um fumódromo naturalmente, imagina se o pessoal desde pequeno fosse incentivado a "fumar o cigarro do seu time". Vish.

PAYSANDU & COPA DO BRASIL - Uma história resumida

PIONEIRO - Torcedor paraense, você sabia que o Paysandu disputou a primeira partida da história da Copa do Brasil? Tem até registro disso, em 1989, Flamengo 2x0 Paysandu no estádio da Gávea [pelo vídeo dá pra ter uma idéia do porque aquele estádio não recebe mais jogos oficiais]. Teve jogo de volta disputado [não sei dizer o porque] no Baenão, vitória de 2x1 do Flamengo, que ainda contava com Zico e avançaria até as semifinais, quando seria eliminado pelo Grêmio em uma histórica chacoalhada de 6x1.



TRAJETÓRIA DIFÍCIL - Até 2012 o Paysandu nunca havia passado da segunda-fase da Copa do Brasil. Pior que isso, não foram poucos os casos em que o clube até tinha bons times mas desapontou jogando em casa. Não há muitos registros das participações bicolores nos anos 90 disponíveis na internet, mas essa eliminação em casa com derrota por 1x0 para o MAC - Maranhão Atlético Clube, terceira força do futebol maranhense à época - dá um tom do tamanho do drama.

Justiça seja feita 1: Esse time bicolor era bem ruinzinho ainda [Alaor e Mauricinho no ataque com TIBA no banco, vish!] mas era o embrião do que seria o time de Givanildo Oliveira e que conquistaria tudo nos anos seguintes.

Justiça seja feita 2: O MAC hoje em dia está absolutamente desaparecido, mas na época estava numa fase de eliminar o Remo da Copa Norte, o Paysandu da Copa do Brasil e a Tuna da série C. Era o carrasco dos times paraenses, e vivia talvez seu último bom momento no futebol.

LEMBRANÇA MAIS ALEGRE - Essa aqui ainda tá bem vívida na cabeça do torcedor paraense. Vitória incontestável, por goleada e com algumas atuações acima da média de Neto, Yago Pikachu e de Héliton, autor de 2 gols. Era a primeira vez que o Paysandu chegava à terceira fase da Copa do Brasil e eliminando um time da primeira divisão com 2 vitórias.



A festa que tomou conta da torcida bicolor foi tão grande que mesmo com a eliminação na fase seguinte para o Coritiba começou a bater uma sensação que novos ares se aproximavam e o time estava a caminho de retornar aos bons tempos ... isso quase foi por água abaixo com a troca de Lecheva por Roberval Davido, após o final do parazão, mas no final do ano, quando já estava tudo praticamente perdido, Lecheva voltou e ajudou a conduzir o time ao acesso à série B.

PARADIGMA ESSE ANO -
Até melhor que o do ano passado. Mais uma vez o Paysandu despachou o jogo de volta vencendo na ida por - ano passado vitória por 3x1 sobre o Espigão Do Oeste em Rondônia, esse ano 2x0 sobre o São Raimundo, de Roraima.



Tendo como adversário o modesto Naviraiense na segunda fase, o Papão - talvez pela primeira vez em sua história - aparece como franco favorito para chegar à terceira fase.

MAS ATENÇÃO COM O NAVIRAIENSE! - Em 1994 o Paysandu disputou a Copa do Brasil e enfrentou o representante do Mato Grosso - o Comercial de Campo Grande. No jogo de ida, na Curuzu, empate em 0x0. No jogo de volta, novo empate em 0x0 e a disputa foi para as penalidades. E nas penalidades o Comercial - disputante das divisões inferiores do futebol brasileiro - eliminou o Paysandu - à época, na primeira divisão.

Tá certo que uma ocorrência não estabelece tendência, mas é sempre bom ter prudência e respeito pelo adversário. O Naviraiense vem de uma goleada por 4x0 na final do estadual para o Cene, não é preciso nem comentar o quanto o pessoal lá deve estar de cabeça inchada e vai com tudo pra esse jogo.

MOMENTO MAIS MARCANTE DO ADVERSÁRIO NA COPA DO BRASIL - ok's esse é um pouco maldoso. Poderia ter citado a eliminação da Portuguesa fora de casa, ou mesmo a derrota por 2x1 para o Santos, com um gol no último minuto comemorado como um título (já que dava a renda do jogo pros mandantes) mas o jogo que fez o brasil saber quem era o Naviraiense foi o jogo que também deu uma mostra ao Brasil do poder de fogo do Santos de Neymar, Robinho e Paulo Henrique Ganso. Santos 10 x 0 Naviraiense pela Copa do Brasil 2010.



Bom, chega de história que um novo capítulo se desenha na noite dessa quarta em Naviraí. Abraços prezados leitores, nos vemos depois.

Águia precisa reaprender a voar

Elemento de novidade no futebol paraense desde 2008, quando se tornou habitual participante de competições nacionais, o Águia de Marabá sinaliza para uma situação de ocaso essa temporada. De lá pra cá foram 2 vice-campeonatos estaduais, uma quinta colocação na série C de 2009 e uma surpreendente participação da Copa do Brasil com 3 vitórias e 1 derrota, justamente a que eliminou o time diante do Fluminense [Sim, o Flu da dupla Fla-Flu].

No entanto as boas campanhas tem ficado no passado. Desde 2010 o time não se classifica - e geralmente nem briga por classificação - na série C. Em 2012 se caracterizou por uma equipe que voou em campo no parazão e não soube decidir, perdendo os dois turnos. E na série C, pior ainda, alternando resultados bons ou razoáveis no Zinho Oliveira com resultados desastrosos fora de casa, como a derrota por 6x0 para o Santa Cruz. O rebaixamento só foi afastado na última rodada. Em 2013, o time começou atrasado a preparação para a temporada e acabou rebaixado para a primeira fase do parazão 2014.

De lá pra cá vaias e apupos se tornaram rotineiros num estádio Zinho Oliveira cada vez mais vazio. Este ano, o Águia é o Pará na Série C. Talvez nem a torcida paraense ou os gestores do time tenham aberto os olhos para a importância que é a, no mínimo, manutenção do time na competição. Subir para Série B seria um sonho muito ousado, mas se manter em evidência disputando a série C pode ser um caminho para o time começar a se estruturar - a série C hoje é uma competição com muito mais perspectivas de lucro que do era há 5 anos atrás.

Caindo o Águia para a Série D é bastante razoável o risco do time desparecer do cenário do futebol nacional, como foi com o São Raimundo, que teve ascenção relâmpago - primeiro campeão brasileiro da quarta divisão - e queda ainda mais rápida. Torcemos para as coisas se acertem, mas realmente preocupa o estagio de preparação que o clube vem desenvolvendo para essa terceirona. Vejamos:

DISPENSAS A RODO:

Tudo bem, ser rebaixado é uma coisa que dói e inevitávelmente demanda mudanças no grupo de atletas. Mas a mudança que o Águia fez foi um tanto radical demais. A zaga era fraca, sem dúvida, mas isso não era motivo para dispensar os 4 laterais do time. Com isso se perde todo o entrosamento construído, que poderia evoluir e suplantar algumas dificuldades que o time apresentou.
BALÃO MARABÁ - bom desempenho, porém dispensado.

Na zaga as dispensas foram muitas também. Permaneceu basicamente o veterano Edkléber, de 37 anos. Os meias Rafinha e Balão Marabá, algumas das principais opções ofensivas do time, também foram mandadas embora. Questões extra-campo e de relacionamento aparte, saiu muita coisa que não deu certo, mas saiu também boa parte do pouco que deu. E isso realmente não é um bom começo de trabalho.

CONTRATAÇÕES A RODO:

Outra situação que nunca foi muito benéfica. A se elogiar o fato de quatro dessas contratações - Roberto, Charles, Rayro e Mael, vindos do Santa Cruz da Cuia com Grana - já conhecerem o futebol do estado. Tirando Mael, os outros três até já jogaram no Águia. Agora os atletas vindos do Veranópolis, Botafogo da Bahia e companhia vão ter de antes de, antes de qualquer coisa, se adaptar ao clima da região e à própria rotina do futebol paraense.
RAYRO - Destaque em 2012 está de volta
O Águia já acertou nessas contratações de outros centros, de jogadores desconhecidos, mas tem algum tempo, também, que não aparece uma surpresa boa. Não sou daqueles cronistas que acham que tem que trazer jogador com nome ou salário astronômico pra vencer, tem que trazer jogador que queira crescer na profissão de jogue sério, mas sou muito receoso com aquisições sem referência. É torcer pra dar certo, mas, de cara, já ter de colocar um porém na questão do entrosamento, que não vem do dia pra noite.

FUGA PARA PARAUAPEBAS

A diretoria do clube, na figura do seu presidente Sebastião Ferreira, o Ferreirinha, anunciou que a pré-temporada para a Série C seria realizada no município de Parauapebas e que um amistoso já estaria sendo agendado no município para encerrar os preparativos. Começou-se uma discussão em Marabá sobre a intenção do time em mandar seus jogos da Terceirona no estádio Rosenão, em Parauapebas. Os torcedores mais fanáticos ficaram furiosos com essa perspectiva. Talvez fiquem furiosos com a minha avaliação também mas acho que não seria uma idéia tão ruim assim não.

ÁGUIA EM PARAUAPEBAS - Alguns bons momentos
com a torcida local.

A equipe Marabaense chegou a mandar várias partidas no município no período em 2009. Se disse à época que o clube chegou a fechar contratos de patrocínio na cidade e chegou a contar com um apoio expressivo do torcedor local - carente de times para apoiar. Diz-se que por uma intervenção do na época prefeito de Marabá, Maurino Magalhães, reformas emergenciais foram realizadas no estádio Zinho Oliveira para que os jogos de menor porte pudessem voltar a Marabá. Então com sua capacidade limitada a 2.500 pessoas, o Zinho voltou a ter sua capacidade para 4/5 mil torcedores (fontes divergem sobre a capacidade real).

Mas o caso é que, mesmo com as reformas, o Zinho Oliveira continua não sendo um dos melhores estádios do futebol paraense. É desconfortável para a torcida, o gramado é muito ruim e sua drenagem é particularmente precária - o jogo contra o Paragominas, realizado esse ano, é prova máxima disso.

Se por um lado estádios acanhados tem o chamado "efeito caldeirão" empurrando o time da casa e amendrontando os adversários, de certa forma nem isso o Águia vinha contando nos últimos tempos. Com a sucessão de decepções e maus resultados, a torcida vinha comparecendo cada vez em menor número no estádio Marabaense. O prometido estádio municipal de Marabá, em obras desde 2009, não saiu do papel ainda - e também enfrenta certa rejeição por se situar muito longe do centro da cidade. "Se o torcedor já não está indo para o Zinho, que é no meio da cidade, imagina se ele vai se abalar pra Transamazônica pra ir ver o Águia jogar" questionaram alguns torcedores.

Fugir da pressão e cobrança em sua cidade natal talvez tenha alguns efeitos benéficos sobre o elenco. Quem sabe em um ambiente mais leve e com a torcida de Parauapebas vestindo a camisa, resultados melhores não apareçam?

JOÃO GALVÃO - SAI OU FICA?

Eis um dos tópicos mais polêmicos, não só entre a torcida marabaense como pela própria imprensa esportiva do Pará. Não há dúvidas que o feito de permanecer 5 anos no comando do time chama a atenção em um esporte onde a vida útil de um treinador em um time costuma ser tão abreviada - o Paysandu foi campeão paraense com a estupidez de 5 técnicos diferentes ao longo do torneio!
GALVÃO - Já não é mais unanimidade.
No entanto, se não há dúvida quanto aos méritos de Galvão nos bons momentos que o time viveu de 2008 pra cá, seu estilo teimoso e os resultados cada vez menos empolgantes tem gerado muitos questionamentos. Galvão não é do técnico estilo "grande estrategista" mas é um ótimo motivador e conhece o clube de ponta a ponta - muito possívelmente mesmo quando vier a abandonar o posto de técnico não se afaste do clube.

A resposta para essa pergunta sobre mudança de comando é na verdade bastante complexa. Estamos um momento de destaque para os técnicos regionais - Cacaio e Osvaldo Monte Alegre surpreenderam em determinados momentos do Parazão, Charles Guerreiro parece cada vez mais maduro como treinador... mas não é uma ciência exata que algum deles chegasse e resolvesse a situação do Águia. O clube Águia deixou de crescer de 2008 pra cá - ainda não tem divisões de base, não estádio próprio, programas do tipo sócio torcedor ... a bem dizer o próprio quadro societário do Águia não é tão expressivo assim, ainda.

Penso - se os salários estiverem em dias e as condições para trabalho forem suficientemente boas, o momento para a troca seria agora. A base do time vai ser remontada, jogadores ainda vão ser apresentados ao treinador e começar o treino no clube - seria um dos momentos menos danosos para fazer uma mudança de rota. MAS, se as condições não estão tão ideais assim, não creio que vá trazer grandes benefícios mudar de técnico. Como os jogadores, o trabalho de um técnico aparece com o tempo e a partir das condições que ele recebe para trabalhar.

Os comentários nessa reta final sobre instatisfação no elenco e salários atrasados dão a entender que o clima interno no Águia, no mínimo, possui algumas situações que precisam ser melhor resolvidas.

PARECER FINAL = SEJA O QUE DEUS QUISER

A sensação que o Águia hoje navega de forma errática por um mar cada vez mais revoltoso, que é a Série C, é inegável, mas fica a torcida para que esse time, que acostumou o torcedor paraense a se surpreender, volte a ser uma boa e inexperada surpresa. Que volte a ser o time que joga melhor fora de casa do que em casa, que derruba os gigantes e que faz o torcedor adversário perder a paciência com esse time "chato" de ganhar.

terça-feira, 7 de maio de 2013

LEVANTA A MÃO QUEM NÃO SABIA DESSA ... [+Paysandu]

International Superstar Soccer Deluxe tem uma versão pra ps1



O jogo de futebol mais popular da década de 90, que ganhou particular sobrevida no Brasil com as muitas versões piradas do tipo - "Campeonato Brasileiro" teve uma versão oficial lançada para playstation 1!

Tudo bem que não eram taaantas melhorias assim em relação ao original, mas é um extra bacana para os mais aficcionados. E o jogo já estava ficando com cara de Winning Eleven, com essa narração especial. Tenho quase certeza que é o Jon Kabira nela.

Pra quem quiser, tem até link para baixar a iso do jogo nos comentários desse video. Abraços

Publicado em 27/08/2012

Partida completa entre Brasil e Argentina nessa versão para PlayStation do clássico International Superstar Soccer Deluxe! Graças ao CD, novas animações foram adicionadas, abertura em video, narração mais presente e a única contrapartida nisso tudo são os loading times antes da partida, mas nada que atrapalhe a diversão!




PS: você tá se perguntando o que isso tem a ver com o futebol paraense? Ora, o que é isso!? Foi graças ao ISS Deluxe que o torcedor paraense conheceu os lendários jogos Campeonato Brasileiro 96 e Ronaldinho Soccer 98, que imortalizaram o Paysandu de 1995!

Nos dois jogos o Papão da Curuzú se fazia presente [por sinal, com a mesma escalação. O pirateiro devia estar com preguiça de mexer no jogo] cheio de jogadores do time que não conseguiu se manter na elite do futebol nacional, mas protagonizou alguns momentos memoráveis para a torcida alviazul - como essa vitória sobre o "ataque dos sonhos" do Flamengo, em um dos maiores públicos da história do Mangueirão.



Romário, Edmundo e Sávio de um lado, Nuno, Daniel e Ferreira Baleia do outro. Não teve nada pro mengão naquele dia!