quarta-feira, 9 de março de 2011

CHAPA QUENTE NA CURUZÚ - “Nada justifica os protestos, nossa campanha é melhor que a do ano anterior!”


A chapa está quente na Curuzú. Desde o Re x Pa a relação clube torcida tem se configurado tempestuosa.Torcida insatisfeita com o desempenho do clube vaia, bate o pé e exige melhorias e mudanças. A direção do clube atesta que os revoltados são uma minoria comandada e que não tem razão de protestar porque os resultados desse ano são melhores que o do ano anterior. A torcida acusa a direção de incompetência. A diretoria chama esses torcedores de “bobalhões”. Em meio a isso tudo uma certeza apenas – o ambiente ‘tá carregado’, e não adianta fingir que não está.
Paysandu 2 x 1 Ananindeua  - terceira rodada da taça cidade de belém








HOJE E ONTÉM – A campanha de primeiro turno do Paysandu em 2010 foi praticamente hedionda. Não fossem as atuações na semifinal e nas finais contra Independente e Remo seria algo próximo do desastroso – 2 vitórias e 4 empates e 1 derrota. As finais épicas da taça estado do Pará e a lembrança do título ao final da competição ajudaram a deixar uma lembrança mais positiva da campanha do ano anterior. Já na campanha desse ano, 5 vitórias e 2 derrotas, contabiliza bem mais pontos (15 contra 10) mais vitórias e mais gols a favor, só foi pior na relação de gols sofridos – com média superior a 2 por partida.

Por um lado, é verdadeiro e legítimo o mandatário bicolor fazer essa reflexão. Porém, um tanto inapropriado. A lembrança de 2010 é do time campeão e vencedor, não do time que quase derrapou na primeira fase. A campanha do primeiro turno de 2010 foi vexatória. Refletindo com perfeição a insanidade administrativa do clube, que contratou cerca de 40 jogadores entre o fim de 2009 e início de 2010 e trocou três vezes de técnico em um período de cerca de 3 meses. Praticamente qualquer outra campanha do clube de suíço em certames estaduais foi melhor do que aquele primeiro turno, tenha sido vencedora ou não. Além do mais quando um ano depois você toma como parâmetro uma experiência desastrosa você está atestando que não aprendeu com a lição. Dizer “estamos melhor do que no desastre” é uma afirmativa verdadeira mas sem mérito, porque é obrigação não passar pelo desastre todo ano.

A torcida não é cega, ela sabe que os resultados não são ruins, mas ela já aprendeu que os números frios e descontextualizados enganam. Entre 2004 e 2008 os times campeões paraenses sofreram rebaixamentos no campeonato brasileiro. Claro que não há nenhuma maldição no campeonato estadual, pois o próprio Paysandu foi campeão estadual e nacional em 2001 e 2002, mas esse dado ratifica que conquistar o título não significa que seu time é forte ou preparado o bastante para almejar outras conquistas, apenas que foi superior aos adversários domésticos.

E é tolice achar que o torcedor não desconfia que alguma coisa não está certa apenas porque os números são positivos, não adianta reclamar – confiança não se recebe, se conquista. Se o torcedor não confia, por qualquer razão que seja, cabe ao clube reverter a confiança a seu favor através do seu desempenho, seja dentro ou fora de campo.

quinta-feira, 3 de março de 2011

FIM DA FASE CLASSIFICATÓRIA - Balanço - SÃO RAIMUNDO

SÃO RAIMUNDO - São Raimundo é um time que ascendeu muito rapidamente e se esfacelou ainda mais rapidamente. O Pantera Mocorongo parece ter incorporado o que remo e paysandu tem de melhor e pior - Torcidas apaixonadas e diretorias amadoras e com guerras de interesse. Desde os tempos de penúria anteriores ao parazão 2009, a prefeitura de Santarém e a diretoria do clube viviam em atrito, tanto que em certos anos o São Raimundo quase não jogou em sua cidade natal. O clube em um momento parecia fadado a dificuldades após seu maior rival, São Francisco, sair de cena. Como pode haver Fla sem Flu, Re sem Pa, Rai sem Fran? O pará perdia seu segundo maior clássico. Com o vice-campeonato do parazão e o título nacional na primeira edição da série D, uma nova ordem no futebol paraense parecia se estabelecer ... só pareceu ... A eliminação na Copa do Brasil no ano seguinte foi gloriosa em campo e vexatória nos bastidores. Não fosse a irregularidade de um atleta na vitória por 1x0 diante do Botafogo o time teria se classificado. A cartolagem dava sinais que a coisa ia fugir do controle. Por sinal, já haviam fugido àquela altura. Lúcio Santarém conquistou a quarta divisão em 2009, mas não durou 5 rodadas no parazão do ano seguinte antes da diretoria do clube demití-lo. Importou o treinador do Cristal do Amapá, que tanto trabalho deu ao São Raimundo na série D e de quebra seu artilheiro Maxi Jari, que montou dupla poderosa com Branco no ataque panterino. Ao final do campeonato paraense, sem a classificação para as finais, a diretoria trocou mais uma vez de técnico e deu a Walter Lima a incubência de reconstruir o time vencedor como aquele que dirigira no parazão do ano anterior. Após poucas rodadas na série C ... demitem Walter Lima, e contraram Sebastião Rocha ... é, dá pra imaginar como essa trajetória ia terminar ... Seguidas contratações, com critérios diversos (ou sem nenhum critério aparente) acabaram por descaracterizar a equipe. O rebaixamento relâmpago sem nenhuma vitória para a série D acabou não espantando tanto após esses seguidos descontroles. Para 2010 uma estratégia peculiar - semi-terceirizar o futebol para um grupo de empresários que colocariam jogadores no plantel e o levariam para um período de preparação no moderno centro de treinamentos do Fluminense, em Xerém. A preparação contou com um amistoso diante da seleção brasileira sub-20. O técnico, o mesmo Sebastião Rocha do final do brasileiro, dessa vez teria tempo para montar o plantel e trazer quem quisesse pra compor o elenco. Antes do campeonato começar, a equipe profissional do São Raimundo goleou o time amador, campeão do campeonato santareno, por 5x1. Os comentários levavam a crer que talvez a estratégia desse certo ... estratégias radicais assim, via de regra, tem apenas duas saídas - ou dão muito certo ou dão muito errado. Deu errado. O início do pantera lembrava a campanha na série C com o time perdendo partidas seguidas em casa e não ameaçando fora. Antes do final do primeiro turno, uma aparente mudança de planos - a diretoria demite o treinador Sebastião Rocha e contrata o "caseiro" Charles Guerreiro. Mais que isso - dispensa vários dos atletas indicados pelo antigo treinador e sinaliza com a contratação de atletas mais ligados ao futebol paraense, como Welber e Aldivan (ex-remo e paysandu na última temporada). Será que os planos de semi/integral-terceirização do futebol ficaram abortados? Bem, de certo, o que fica é a esperança que o São Raimundo recupere o rumo. Ao lado de Paysandu e Águia é o único clube que tem calendário para o resto do ano, embora não seja possível dizer até quando vá durar sua participação na série D. Se não conseguir se classificar para a série C, ou pelo menos se manter na Série D de 2012 (que promete formula iguais as séries A e B com pontos corridos em turno e returno) o São Raimundo pode se apagar do imaginário coletivo tão rapidamente quanto surgiu. E a fantástica torcida Santarena, definitivamente, merece muito mais do que isso.

FIM DA FASE CLASSIFICATÓRIA - Balanço - CASTANHAL

CASTANHAL - Esse foi minha maior decepção. O "quadrado mágico" Flamel, Soares, Branco e Helinho não empolgou ninguém (nem vai mais empolgar já que Flamel se transferiu para o Confiança de Sergipe). Estádio Maximino Porpino quase sempre vazio e um time que dava sempre a sensação de não ser capaz de ameaçar seus adversários. Nem de longe lembrava o time regular da primeira fase da competição, nem de longe fazendo justiça às perspectivas boas que seu plantel qualificado alimentava. No final das contas fica a expectativa de um rendimento melhor no próximo turno, para o qual a direção castanhalense já trouxe o técnico Walter Lima, vice-campeão com o São Raimundo em 2009. Mais uma vez Luís Carlos Apeú não conseguiu transmitir confiança em seu trabalho a frente do japiim, e deixa a impressão que talvez não esteja pronto para o desafio de uma equipe profissional. Para Walter Lima, uma chance de mostrar que a imagem de técnico estrategista e promissor que ele deixou em sua vitoriosa campanha com o pantera em 2009 não se perdeu, aparte dos seguidos insucessos que se sucederam com ele desde então.

FIM DA FASE CLASSIFICATÓRIA - Balanço - ÁGUIA DE MARABÁ

ÁGUIA DE MARABÁ - A expressão "o sonho acabou" parece refletir o ambiente no Águia de Marabá. Talvez com um pouco de injustiça, mas os resultados do time tem amparado essa reflexão pessimista. Poucos gols marcados, muitos gols sofridos. Um elenco que não consegue brilhar. O atleta Roma, ex-atacante de destaque no Flamengo e futebol árabe mofando no banco marabaense parece um sinal de como as coisas não são mais as mesmas. O que mudou? Terá João Galvão se tornado demasiadamente arrogante após entrar no 4 ano ocupando o mesmo posto e esteja ignorando alguns fatores na montagem do time que não costumava ignorar? Será que a divisão política interna do clube, que pela primeira vez viu dois grupos disputando a eleição no clube com trocas de farpas nos bastidores e acusações através da mídia, tem gerado desconforto e tirado a confiança do plantel aguiano? Ou será que simplesmente o time não se preparou da forma devida e agora paga o preço por isso? Após seguidas boas campanhas em torneios nacionais (série C desde 2008 e boa participação na Copa do Brasil em 2009) o Águia se consolidou como uma das únicas equipes paraenses que começa o ano com a certeza de calendário no segundo semestre. A equipe se tornou conhecida em outros centros, mas aparentemente esse crescimento de reconhecimento ainda não se reverteu em crescimento como clube. O Águia continua mandando seus jogos no mesmo limitado estádio Zinho Oliveira e sua capacidade de 4-5 mil pessoas. Sem divisões de base ou trabalho de formação de atletas, ainda é muito mais um time de futebol que um clube com estrutural social que envolva a cidade. Fica a torcida para que as coisas mudem pelas bandas marabaenses, porque como o próprio São Raimundo já pode testemunhar - a série C permite acesso fácil à B mas também uma queda rápida de volta à D.

FIM DA FASE CLASSIFICATORIA - Balanço - Tuna Luso

No bloco logo abaixo, Tuna, Águia, Castanhal e São Raimundo terminaram à margem da classificação, uma certa sensação de desapontamento, muito maior nos times do interior do que na Tuna. Aurinegros castanhalenses, aguianos marabaenses e panterinos mocorongos entraram na fase principal do parazão com expectativas boas.

TUNA LUSO - Até os torcedores mais fanáticos da cruz-de-malta após os seguidos anos de calvario na fase seletiva do parazão e completamente alijados da competição principal, sabiam que não ia ser parada fácil disputar esse parazão. Principalmente após o quase desmanche que o elenco da Águia guerreira sofreu da fase anterior para cá. Remontar um time leva tempo. Remontar com a competição em curso é um risco e tende a dar errado. Parecia que ia dar errado. Ao final de sete jogos, paradoxalmente, a Tuna acabou por contabilizar apenas 1 vitória por 1x0, mas igualmente sofreu apenas uma derrota por 2x0 em um clássico diante do Paysandu. Não foi dos piores resultados, por pouco o time não se classificou. Tem torcedor até agora revoltado com um penal não marcado no último minuto do jogo contra o cametá que tiraria o mapará da disputa e colocaria a Águia no páreo. A campanha não chegou a empolgar, mas deixou boas expectativas para o correr da competição. A Lusa conseguiu sedimentar uma boa defesa, setor onde a maioria dos times nessa primeira fase tem tido dificuldades, e com a chegada de Felipe Mamão e estréia de Barata e Adriano Miranda ficou a perspectiva de um crescimento ofensivo. Fica a dúvida apenas acerca das possibilidades de criação do meio campo cruzmaltino, que além de Barata e do jovem Whelton não parece ter muitos atletas de recursos para recorrer, mas o técnico Flávio Goiano não deve estar se preocupando muito com isso. Após o milagre da classificação e título na fase anterior e de remontar o elenco e quase se classificar nessa fase, não devemos desprezar sua capacidade de virar o jogo a seu favor.

FIM DE FASE CLASSIFICATÓRIA - Balanço - CLASSIFICADOS

Após expectativas, contratações, guerras de declarações pela imprensa, gols e muita correria ... chega ao fim a fase classificatória da fase principal do campeonato paraense. Como era de esperar, Remo e Paysandu encabeçam a relação dos classificados e terão vantagem de jogar por dois empates (ou empate e derrota por igual diferença de gols) em seus duelos contra os interioranos Independente, de Tucuruí, e Cametá Futebol Clube (obviamente, da cidade de Cametá). Os clubes do interior terão uma vantagem em relação aos anos anteriores - os duelos serão decidios em duas partidas, uma em casa e outra fora, ao contrário de anos anteriores onde a decisão era em apenas 1 partida, e em anos mais anteriores onde essa uma única partida era INVARIAVELMENTE no mangueirão - castanhal e ananindeua chegaram a decidir classificação numa semi-final às moscas em 2008.

Curiosamente, os extremos vão se enfrentar nas semifinais do turno. Melhores Ataques - Paysandu & Cametá, melhor e segundo melhor ataque - contra melhores defesas - Independente x Remo, terceira melhor e melhor defesa. Curiosamente os times de melhor ataque tem defesas bem frágeis (são as piores defesas da competição) e as melhores defesas tem ataques pouco empolgantes também (o Remo só marcou mais gols que a Tuna na competição, e seus atacantes não fizeram nenhum dos gols da equipe). Uma competição de tiro curto jogada por equipes que, via de regra, se prepararam pouco para o torneio. Só isso explica tamanho desequilíbrio.

De toda forma, passada a fase de classificação, as coisas devem se tornar mais dramáticas. Cada jogo é um passo para o título, que garante vaga na copa-do-brasil do ano que vem e calendário no segundo semestre para Cametá, Independente e Remo. Quando ao Paysandu, dado o estado de nervos que as coisas se encontram na Curuzú um título no primeiro turno seria um alívio sem igual para diretoria, grupo de jogadores e, principalmente, para o Técnico Sérgio Cosme, muito questionado desde a derrota no Re x Pa.

Vamos a alguns dados interessantes sobre a primeira fase:

Melhor Defesa - Remo - míseros 3 gols sofridos em 7 rodadas. 5 gols a menos que a segunda melhor defesa, Tuna com 8 gols sofridos. Elsinho e Marlon, laterais do leão azul inclusive tem cumprido jornada dupla, segurando as pontas lá atrás e marcando seus gols nas subidas ao ataque. Ponto pra eles.

Melhor Ataque - Paysandu - 21 gols marcados em 7 jogos, média de três por jogo. O ataque bicolor, ao contrário dos últimos anos, não tem sido fonte de grandes preocupações para a torcida. O desempenho individual de Rafael Oliveira tem sido uma coisa sem precedentes. O atleta marcou mais da metade dos gols da equipe - 11 dos 21 gols.

Jogos com mais gols - Paysandu 4 x 3 Cametá / Águia 4x3 Cametá / Paysandu 5x2 Águia - Duas vezes o cametá aparece nessa lista sofrendo 4 gols, alguma dúvida do porquê eles são a pior defesa do primeiro turno?

Artilheiro(s) - Rafael Oliveira & Leandro Cearense - 11 Gols - A comparar, Moisés foi artilheiro do parazão no ano anterior com apenas 13 gols. O duelo dos atletas empolga como há muito não se via em nosso estado.

Melhor jogo - Remo 3 x 1 Paysandu - Obvio que a torcida bicolor vai discordar desse tópico. Mas um jogo com 40 mil pessoas reunindo os dois líderes da competição, melhor defesa contra melhor ataque e dois times até então com 100% de aproveitamento é um fenômeno que não pode ser ignorado. O mangueirão ainda carece de mais cuidados e reformas, mas a presença de público deixou o estádio lindo. A atuação do bicola foi bem do esperado mas nisso houve também grande mérito da equipe remista. Os azulinos souberam isolar os talentos individuais do bicola ao ponto da bola quase não passar pelos pés de Rafael Oliveira e Tiago Potiguar, e quando chegava lá os atletas estavam devidamente marcados. Os laterais remistas simplesmente estraçalharam com a defesa bicolor. Desde esse jogo, Sergio Cosme não teve mais sossego na Curuzú e Paulo Comelli não soube mais o que era um estresse no baenão. Coisas de um Re x Pa.

E AGORA SERGIO COSME?

Em 9 rodadas por Copa do Brasil e Campeonato Paraense - 26 gols marcados (média ótima) e 19 gols sofridos (média péssima). Saldo positivo de 7 gols.  E agora Sergio? Vem finais do primeiro turno e Bahia pela frente na copa do brasil, as coisas vão precisar melhorar bastante. Até lá, parte da torcida bicolor deve estar pensando mais ou menos isso.

Colaboração do amigo Paulo Emmanuel.

ÁGUIA AINDA BICA

Colaboração do amigo Paulo Emmanuel.

Reminiscências do Re x Pa

Colaboração do amigo Paulo Emmanuel.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

REJEITADOS REDENTORES

A disputa da artilharia na competição, em particular, tem gerado expectativa e rendido um duelo impressionante entre Rafael Oliveira, o “animal” da curuzú, e Leandro Cearense, que desde a disputa da segunda divisão estadual tem se mantido entre os artilheiros. A média de gols altíssima da dupla – 11 gols em 6 jogos para Rafael e 10 gols no mesmo período para Leandro, supera a média de qualquer artilheiro nas últimas edições do campeonato de 92 pra cá. Dois aspectos chamam a atenção sobre esses artilheiros – I estão fazendo chover gols em equipes com o meio-campo pouco organizados e que não favorecem muito os atacantes e II – São duas apostas que pouca gente faria (ou tentou fazer) antes da competição.


ESTRÉIA COM PÉ DIREITO: Rafael Oliveria
faz "Hat Trick" no jogo Paysandu 4x2 Castanhal

RAFAEL OLIVEIRA retornou à curuzú com status de titular após ser praticamente exilado em sua última passagem pelo clube. Nem o gol do título da série D pelo São Raimundo nem a artilharia da primeira fase do Parazão pelo Ananindeua aplacou a fúria de uma torcida que ainda o tinha como um jogador indolente que apesar de cheio de habilidade sumia nas horas importantes e não conseguia resolver os jogos. Rafael soube pavimentar seu caminho como titular absoluto – na primeira rodada já fez 3 gols na difícil vitória sobre o castanhal. Feito impressionante e que chamou a atenção da torcida, mas duas rodadas seguidas sem marcar fizeram com que alguns já começassem a pedir mais chances a outros atacantes... e eis então que Rafael repetiu seu bom desempenho – mais 3 gols na partida contra o Cametá. Impressionante. A torcida não lembrava mais de um atleta que em tão pouco tempo conseguisse fazer 3 gols em um jogo mais de uma vez. Mas persistia a dúvida – “marcar contra o Cametá e Castanhal é uma coisa, marcar em jogos importantes como o Re x Pa é outra. Será que na hora H vai dar pra contar com ele?”. Deu. O Paysandu saiu na frente do maior rival com um gol dele, em um lance fortuito de bom posicionamento e uma patada indefensável de dentro da grande área. Não teve como evitar a derrota bicolor, mas na única oportunidade clara que teve durante todo o jogo deixou sua marca. Em meio à tempestade e aos transtornos que se abateram na curuzú após a derrota para o Leão, Rafael se tornou um dos únicos atletas não questionados pelos torcedores, que vaiaram a equipe após a vitória por 5x2 com 4 gols seus. Sim. Após 2 “Hat Tricks” (nome dado pelos ingleses a fazer três gols numa partida) uma Quadra. Em míseros 6 jogos, 11 gols. Quantos mais ele fará se seguir jogando até o final da competição? Difícil dizer, mas fica desde já a torcida para que ele não vá exibir seu futebol exuberante em outras praças antes do final, possibilidade essa que, por sinal, já tem sido ventilada. Nada mau para alguém que a torcida não queria ver nem pintado de ouro antes do campeonato.

Duelo Leandro Cearense (de branco) e Jairo (de preto)
no jogo Abaeté x Parauapebas pela primeira fase.
LEANDRO CEARENSE é um desses atletas que não deu nenhum motivo pro torcedor desconfiar, mas que não passa segurança para Remo e Paysandu. Explica-se. Até pouco tempo atrás, Leandro Cearense era apenas um atleta amador na cidade de Abaetetuba. Sua profissionalização se deu por conta da disputa da segunda-divisão do Parazão 2011 pelo abaeté, onde ele se destacou e conseguiu a artilharia da competição. Com o bom desempenho, o Abaeté chegou a primeira fase da competição, mas não pode contar com Leandro Cearense nas primeiras rodadas pois o seu contrato não havia sido renovado e havia a expectativa de que outros clubes o sondassem. Os resultados foram muito ruins nestas rodadas e as fragilidades do Abaeté frente aos seus rivais ficou mais patente, bem como chamou a atenção o fato de Leandro ter feito tantos gols em uma equipe tão limitada. Leandro retornou nas rodadas finais da primeira fase e montou uma dupla de ataque eficiente com Ivan, ex-Remo e Tiradentes. Os gols não conseguiram garantir a classificação do Guará, mas lhe garantiram o interesse dos clubes credenciados à fase principal. Remo, Paysandu e Tuna, supostamente, mostraram interesse em contar com o futebol do atleta. A Tuna chegou a negociar mas não houve acordo, já da parte de Remo e Paysandu, onde o negócio seria sabidamente mais fácil, provavelmente faltou interesse e confiança. Àquela altura, nenhum torcedor parecia sentir falta de um atacante artilheiro por clube pequeno, afinal diz o dito popular que “atleta que joga bem em time pequeno treme quando veste a camisa de um clube grande”, para as torcidas dos Titãs do futebol paraense não parecia fazer a menor diferença os gols de Leandro Cearense porque seus adversários eram pouco expressivos... mas Leandro soube se vingar. Acertou contrato com o Cametá, que iniciou a competição perdendo feio em casa e se notabilizou por ter a pior defesa da competição e, tal qual Rafael Oliveira fez ao Paysandu, se tornou um ponto de desequilíbrio em favor do Mapará em suas partidas. No duelo contra o Paysandu, em particular, uma “vingança” em forma dos 3 gols marcados pelo Cametá, todos de sua autoria. Uma tarde incrível com um duelo particular entre os Rejeitados Redentores – Rafael Oliveira 3 x 3 Leandro Cearense. O Paysandu afirma ter realizado um “pré-contrato” com o atleta e que ele seria um reforço certo para a terceira divisão (como também fez, supostamente, com o atacante Marcelo Dias que abandonou o clube sem nunca estrear). Será que o atleta vai continuar disputando o Parazão até lá se mantiver a média? Novamente a torcida é para que sim, principalmente por parte dos torcedores do Cametá que tem nele e no meia Robinho seus atletas de maior destaque. A se confirmar sua contratação pelo Paysandu, o clube poderia contar com uma dupla de ataque que ninguém dava nada no início do ano e que tão deixando a concorrência comendo poeira na briga pela artilharia. Uma dupla polêmica, mas que certamente tem imenso potencial.

A seguir um vídeo de uma das rodadas mais espetaculares do parazão nos últimos tempos, Dois Hat Tricks na curuzú e um no Colosso do Tapajós, através do recém-retornado Felipe Mamão em favor da Águia Guerreira do Souza. Três atletas marcando 3 gols num único jogo na mesma rodada, desconheço situação igual em qualquer edição do paraense.

GOLS DE PAYSANDU 4x3 CAMETÁ NO PORTAL ORM - http://www.orm.com.br/projetos/parazao/2011/videos.asp?id=687

HAT TRICK DO FELIPE MAMÃO

PONTARIA AFIADA

Futebol é bola na rede, e as redes tão balançando um bocado esse ano no Parazão. Com 82 gols marcados em 48 jogos a média de 1,7 gols por partida tem rendido jornadas bastante emocionantes ao torcedor paraense. E o Paysandu com suas médias elevadas de gol pró (melhor ataque com 19 gols) e contra (segunda pior defesa com 12 gols) tem ajudado grandemente nesse desempenho.

O campeonato tem mostrado que, no final das contas, fazer gols é mais importante do que não levar gols. Apesar do pouco equilíbrio entre ataque e defesa, o Paysandu conquistou a liderança da fase de classificação e só depende de si para mantê-la até o fim. E a pior defesa do campeonato, a do Cametá, que iniciou levando uma goleada por 5x1 jogando em casa, está fortemente credenciado a ficar entre os 4 primeiros do primeiro turno.

De um modo geral as defesas tem deixado a desejar na competição, com exceção do remo que sofreu apenas 3 gols na competição. Todos os demais times tiveram pelo menos uma jornada de “apagão defensivo”, um indício que a preparação para o campeonato talvez não tenha sido das mais adequadas para a maioria de seus participantes: com exceção do Castanhal e São Raimundo quase todos os demais times ou montaram ou re-montaram seus elencos às vésperas do início da competição. Se os clubes souberem aproveitar a folga para se condicionarem melhor e entrosar seus elencos, além de eventuasis reforços, talvez tenhamos um segundo turno mais equilibrado. Vamos aguardar.

-        A pergunta que não quer calar –  PORQUE COMEÇAR O PARAZÃO EM JANEIRO? A maioria dos clubes que disputa o parazão não tem confirmação de calendário para 2011 (apenas Águia e Paysandu na série C e São Raimundo D), qual a lógica em começar o Parazão ainda em Janeiro? Porque não adiar um pouco a competição e dar aos clubes uma maior oportunidade de se preparar e qualificar, bem como à organização e órgãos envolvidos realizar as vistorias e reformas nos estádios?
-        Aguardem artigos específicos sobre calendário de competições e sobre laudos técnicos e preparativos para em breve.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ANIVERSÁRIO BICOLOR - secando remistas / ANIVERSÁRIO REMISTA - secando bicolores

Uma situação curiosa ocorre essa semana em nossa cidade. É de domínio público que Remo & Paysandu, apesar de toda rivalidade, não conseguem ficar muito longe um do outro - Baenão e Curuzú ficam um em cada lado da almirante barroso com poucos metros os separando, as sedes sociais, igualmente, se localizam apenas há alguns metros de distância na avenida Nazaré, e até mesmo nas datas de aniversário eles festejam um dia depois do outro.

Hoje quem solta fogos e comemora as glórias de 97 anos de vida é o Paysandu Sport Club. O time dono do "estádio vovô da cidade" o Leônidas Sodré de Castro, popularmente conhecido como Curuzú, comemora hoje o domínio em nível estadual - atual bi-campeão paraense e dententor de 44 títulos estaduais, dois a mais que o maior rival. Também esse ano comemora e relembra os 10 anos da sua fase mais áurea (2001-2003) onde o time foi tri-campeão paraense, Ganhou a série B de 2001, a Copa norte e a Copa dos Campeões em 2002, se credenciando para a gloriosa campanha na Taça Libertadores da América de 2003 (até hoje único time da norte do brasil a disputar a competição).


Inúmeros títulos, inúmeros craques e conquistas ao longo de sua quase centenária história e a torcida bicolor, hoje vai passar a noite ... secando o maior rival!

Remo e Águia se enfrentam pelo parazão com transmissão ao vivo pela TV Cultura. Seria só uma coisa tola, se não fosse a coincidência de amanhã o clube do Remo fazer aniversário (106 anos) e comemorar à noite secando o Paysandu no jogo Paysandu x Tuna, que também receberá transmissão ao vivo pela televisão. Que situação curiosa. Acredito que teria sido muito mais interessante, se as duas direções de marketing dos clubes se empenhassem junto a Federação Paraense de Futebol, antecipadamente, e marcassem as partidas dos clubes na suas datas de aniversário, até mesmo porque são partidas importantes (águia é o time com maior ascenção no estado e a tuna é a histórica terceira força do futebol paraense, rival de remo e paysandu). Com cada jogo no dia da data festiva, com certeza o torcedor iria em maior número ao estádio e seria possível fazer maiores comemorações e promoções junto ao público - quem sabe até os próprios atletas se contagiassem com a data e se empenhassem mais em campo. Mas, enfim, deixa pra próxima. Talvez uma ação de marketing quase espontâneo como essa seja complicada demais demais.

E você torcedor, o que vai fazer hoje, secar o rival ou assistir a estréia do ronaldinho gaúcho no flamengo ou os jogos dramáticos de Corinthians e Grêmio na libertadores?

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Voltando às atividades!

Queridos leitores, estamos de volta após mais de uma semana afastados. Resolvidas todas as pendências externas, podemos lançar o olhar e fazer uma avaliação sobre o trabalho desenvolvido pelos clubes nas duas primeiras rodadas do Campeonato Paraense.

Se por um lado perdemos a possibilidade de capturar a emoção e o drama da estréia dos clubes na competição, por outro ganhamos uma oportunidade de avaliar melhor o desempenho e o correr da competição, já que muitas vezes a primeira impressão se mostra equivocada em relação a toada com a qual os times levarão a competição.

Muita coisa aconteceu e muita coisa merece avaliação. Vamos a elas.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O FUTEBOL MARGINAL DO NEGÃO MOTORA

Em pé: Rosemiro, Elias, Dutra, Dico, Rui e Cuca
Agachados: Prado, Roberto, Alcino, Mesquita e Amaral
Prezados leitores. O texto a seguir não é de minha autoria, mas faz uma reflexão interessante sobre a ilusão e brevidade que é a vida no futebol, e como as glórias que as vezes são conquistadas nele são fulgazes, esquecidas tão logo soa o apito final. O texto, de autoria do jornalista Wladimir Cunha, fala sobre o funeral de Alcino, o maior ídolo da história do Clube do Remo. Tri-campeão e tri-artilheiro pelo remo no início dos anos 70, fez mais de 150 gols com a camisa azulina, no entanto viveu seus últimos anos na miséria, completamente esquecido, e não teve sequer o direito de ser velado na sede do clube pelo qual tanto fez. Não são poucos os casos assim no brasil, Garrincha talvez seja o espoente máximo dessa dinâmica quando cinco anos após dar ao brasil o bi-campeonato mundial no chile, estava já abandonado e relegado ao esquecimento. Seja pela lembrança de uma figura folclórica e de muitas alegrias para o torcedore azulino (e o apreciador do bom futebol no geral) seja como reflexão sobre vida, carreira e memória, recomendo a leitura do texto. Em breve devemos estar postando novamente, pedimos aos leitores que encarecidamente continuem prestigiando o blog e divulgando este espaço, reiterando que ele está a aberto a qualquer colaboração.

Abraços.

TAION ALMEIDA.

PS: Segue o texto original.


O futebol marginal do "Negão Motora"

por Vladimir Cunha.

Alcino Neves dos Santos Filho foi um mito. E como todo o mito viveu cercado de polêmicas, lendas e grandes realizações. Difícil dizer, a essa altura, o que é verdade e o que se mantém apenas como parte do imaginário da torcida paraense. Mas o que se sabe sobre Alcino é que, no gramado, não houve jogador igual. Em vida, levou o Clube do Remo a vitórias inimagináveis, uma era de glória que o time azulino, com um time medíocre e ameaçado de ser rebaixado para a Série C, talvez jamais consiga reviver novamente. Alcino só não conseguiu ser o maior goleador do Remo. Até hoje, a honra cabe ao atacante Dadinho, com 163 gols marcados durante a sua passagem pelo clube.

Alcino morreu na miséria, vivendo de favor em um sítio de Anindeua. Nem de longe lembrava o craque fanfarrão e genial, apelidado pela torcida de "Negão Motora", por causa de suas arrancadas. Um goleador de primeira que provocava o time adversário com gestos obscenos, desconcertava zagueiros com seus dribles e tinha um fraco por bebida, farras e mulheres. Em um episódio envolto em controvérsias, seu corpo não foi velado na sede do clube e nem enterrado junto com a bandeira do Remo. Resultado, acusam alguns torcedores e amigos, do descaso com que o clube tratava o seu maior jogador em seus últimos dias de vida.

Nas rodas de conversa que se formam em seu velório, muitas histórias para contar. Como a vez em que Alcino, um grande fã de John Travolta, amanheceu dançando na boate Papa Jimmy, famosa em Belém nos anos 70, às vésperas de um jogo. Chegou ao estádio acabado, pediu para dormir um pouco e acabou saindo no braço com o técnico azulino Paulo Amaral, o seu algoz com quem mantinha uma relação de amor e ódio. Apesar do arranca-rabo, entrou em campo e marcou dois gols. Só para depois comemorar a vitória abraçado com Amaral como se nada tivesse acontecido.

A julgar pelas reminiscências dos amigos mais próximos, Alcino viveu como um popstar, de maneira extravagante e excêntrica, misturando o talento para o futebol com uma vida conturbada e cheia de passagens folclóricas. É famoso o episódio em que, durante um jogo com o Paysandu, após driblar dois zagueiros e um goleiro, sentou na bola a dois palmos da linha do gol antes de fazer balançar as redes do time adversário. Não contente, arriou a calça, mostrando o pênis para torcida. Terminou expulso, mas provavelmente contente pela vitória dos azulinos por dois a zero em cima do time bicolor e por ter acrescentado mais um fato pitoresco à sua lenda pessoal.

"Sempre que o Remo ia jogar no Rio de Janeiro o Alcino ou ficava doente ou dava um jeito de não ir", conta o veterano jornalista esportivo Fernando Araújo na saída do velório, "Depois fomos descobrir que era porque, na juventude, havia participado de um assalto na capital carioca e contra ele tinha um mandado de prisão. Morria de medo de ser reconhecido. Assim era o Alcino. Certa vez, quando jogava no Rio Negro, de Manaus, roubou o ônibus do time e saiu dirigindo pela cidade com a equipe toda dentro do veículo. Terminou atropelando um bêbado que estava atravessando a rua".

A conversa muda de rumo quando alguém começa a discutir sobre o nome do juiz que apitou a célebre partida contra o Paysandu, da qual Alcino foi expulso, enquanto sou abordado por uma senhora já um pouco idosa. Vizinha do Baenão, o estádio oficial do Clube do Remo, Vera Lúcia Amoras recorda das inúmeras vezes em que ajudou Alcino a fugir dos treinos e de quando ele se escondia em sua casa quando procurado por Paulo Amaral. Ela o conheceu quando avistou o jogador se equilibrando por cima de um telhado de brasilit. Com medo dele cair de lá de cima, chamou-o para dentro de sua casa e, junto com a mãe, o escondeu até que Amaral desistisse de procurá-lo. Alcino deu um tempo, fez um lanche e sumiu. De fuga em fuga, nasceu uma amizade que durou até a morte do jogador.

Assim que a discussão sobre o nome do juiz esfria o tema volta a ser Alcino e um de seus feitos mais gloriosos: o famoso jogo contra o Flamengo no Maracanã em 25 de outubro de 1975. Uma partida tensa e difícil, decidida quando ele driblou três zagueiros e fez o gol que levaria o clube do Remo à vitória por 2 x 1, calando a torcida rubro-negra e um time que, na época, contava com craques do porte de Zico, Cantarelli e Geraldo Assoviador. Um momento histórico que, reza a lenda, teria levado às lágrimas o radialista Edson Matoso, que narrava a partida para uma rádio local.

Como todo bom guerreiro, Alcino conquistou o respeito dos adversários dentro e fora de campo. No velório, as atenções se voltam para Paulo dos Santos Braga, o Quarentinha, jogador lendário do rival Paysandu, que chega para prestar suas últimas homenagens. Velho oponente de Alcino nos gramados paraenses, ele relembra a irreverência do craque e o seu talento como jogador. "Às vezes ele me tirava do sério com aquelas presepadas. Mas apesar disso era um grande atleta. Brigávamos muito em campo, mas a nossa rivalidade era restrita ao futebol. Admiro muito o Alcino como o grande jogador que ele foi. Para mim ele faz parte de uma geração vitoriosa".

               Remo Campeão Paraense de 1974: de pé- Rosemiro, Elias, Dico, China,
Rui Azevedo e Cuca;  agachados- Caíto, Alcino, Mesquita,
Roberto e Neves.
Infelizmente os feitos do maior craque do futebol paraense ficaram no passado. Vítima do alcoolismo e de uma vida desregrada, Alcino viveu os seus últimos anos na miséria, morando de favor em um sítio em Ananindeua, cidade a cerca de 40 minutos da capital paraense. Sem emprego fixo, frequentemente era visto mendigando nos bares do centro de Belém. E no Clube do Remo, pedindo dinheiro para os sócios. Talvez por causa disso tenha sido proibido de freqüentar a sede social do clube e os treinos no Baenão. Para os dirigentes e cartolas azulinos, Alcino era um nome que, definitivamente, havia ficado no passado.

Uma certa ingratidão com o craque que culmina na reação passional do ex-lateral remista Mario Assunção de Carvalho, o Marinho, companheiro de Alcino nos anos 70. Durante o enterro, enquanto torcedores, amigos e ex-jogadores prestavam suas últimas homenagens ao atacante, Marinho não consegue conter a indignação. Para ele, faltou respeito a Alcino que devia, ao menos, ter sido velado na sede do clube. Durante o velório, o que se contou várias vezes é que a própria diretoria azulina teria impedido o velório do craque. Já os dirigentes explicaram que o velório foi realizado em uma capela no centro de Belém a pedido da mulher do craque. E antes que o corpo seja enterrado, um grupo de torcedores retira a bandeira do Remo que cobre o caixão, de dimensões reduzidas e comprada em um camelô durante a ida
ao cemitério.

"Está vendo isso?", pergunta bastante irritado o despachante Adelino Moura, torcedor do Remo, "A diretoria do clube não se dignou sequer a comprar uma bandeira oficial pra gente enterrar o Alcino. Tudo aqui foi bancado pela mulher dele. Pergunta se eles vieram ao enterro ou se mandaram ao menos uma coroa de flores? Sozinho o Alcino vale mais do que toda essa diretoria do Remo. Foi o maior ídolo do futebol paraense e não merecia ser tratado com tanta falta de respeito"

O caixão baixa e a última pá de terra é lançada. Alcino morreu pobre e sozinho, vivendo da ajuda de amigos e de torcedores do Remo. Em parte por culpa dele próprio, que não soube administrar o sucesso e o dinheiro que ganhou quando estava no auge, em parte por causa do descaso do clube, que não criou alternativas para que ele vivesse melhor após o término da carreira. Na memória dos torcedores e dos companheiros de time, ficarão as jogadas geniais e as histórias mirabolantes. E para quem esteve presente ao enterro no começo da tarde desta sexta-feira, a sensação de que o craque não teve um final à altura do mito.

Postagem original - http://www.overmundo.com.br/overblog/o-futebol-marginal-do-negao-motora

domingo, 16 de janeiro de 2011

Quem disse que jogo da Tuna não lota o souza?


Só pra constar, o único canto vazio do Francisco Vasquez, o Souza, era o canto destinado à torcida do vitória. Tuna 3x2 Vitória, na série C de 2006. Gols de Felipe Mamão [2] e  Flamel pra Tuna. Esse que vos escreve tá aí no meio da galera pulando e pegando o sol de 10 da manhã. Jornada memorável da Águia.

sábado, 15 de janeiro de 2011

DEMA - O Highlander do Futebol Paraense!

Quem diria que hoje em dia, quando aos 30 anos de idade muitos atletas já vêem seu futebol murchar e vão ensaiando uma aposentadoria, o futebol paraense daria uma mostra tão impressionante de longevidade futebolística em outras praças? Dema, aos 43 anos de idade, renova contrato com o Itapipoca do Ceará para a disputa do Cearense 2011. Definitivamente é o Highlander do futebol paraense, talvez o último atleta de sua geração ainda em atividade, e com pompas de ídolo da torcida.

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Dema, definitivamente, não dava pinta que iria tão longe. Embora sua carreira seja marcada por muitas glórias, sendo o último atleta campeão por Remo, Paysandu e Tuna (e até a Tuna ser campeã paraense outra vez, nenhum atleta deverá se somar nessa relação, já que depois de 22 anos, só Dema ainda está em atividade) sua última passagem por um grande clube da capital paraense levava a crer que o atleta já estava próximo do fim de sua carreira. Dema assinou com o paysandu no começo de 2000 para ser um dos craques do time, em uma equipe formada por vários atletas experientes com jornadas vitoriosas pelos grandes da capital (Luis Carlos Trindade, Charles Guerreiro, Jobson, Sandro, Ney "sorvetão"...). Apesar das grandes expectativas, Dema foi campeão no banco de reservas e nunca conseguiu reeditar suas grandes atuações com a camisa bicolor. A má forma física era evidente. Sofreu seguidas contusões ao longo do primeiro semestre e quando retornava aos campos não conseguia emplacar  boas exibições. Foi dispensado ao final do campeonato paraense e não fez parte do elenco bicolor que Givanildo Oliveira montou no segundo semestre e que seria a base da equipe que conquistaria tudo pelo paysandu nos três anos seguintes.

Já com 32 anos de idade parecia estar no fim da linha. Remo e Tuna nunca mais se interessariam em contratar o atleta que ajudaria os clubes a conquistar o penta-campeonato paraense (93-97) pelo Leão Azul e o último titulo estadual (88) pela Águia Guerreira. E no Paysandu sua campanha pífia no estadual falava muito forte do que as boas jornadas no brasileirão de 92 e em outros momentos do início da década passada. Dema começou então a jogar por equipes menores do futebol paraense. Voltara a jogar o campeonato paraense pelo Castanhal e pelo Tiradentes, sem grande brilho e com uma ou outra boa atuação nessas passagens. Parecia que a sina de encerrar a carreira de modo discreto em equipes menores do futebol paraense e esquecido pelas torcidas que fizera feliz se abateria sobre Dema como se abateu antes por Mazinho, Oberdan, Alcino e tantos e tantos e tantos craques do nosso futebol. Mas, eis que algo aconteceu fora-do-script ...

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GRANDES TORCIDAS, GRANDES GLORIAS, TORCIDAS MODESTAS, GLORIAS MODESTAS,  MAS AINDA GLORIAS - Já com seus 37 anos de idade o meia recebeu o convite para jogar no interior do ceará. Conquistou uma seqüencia de boas exibições e foi renovando seu contrato para as temporadas subseqüentes. Parecia ter uma idade já muito avançada, mas seu bom futebol o credenciava a postular espaço nas equipes titulares pelos anos seguintes, inclusive motivando a disputa pelo seu futebol por outros clubes do interior cearense. E assim Dema chegou ao Itapipoca, onde se tornou ídolo da torcida. Ser um ídolo do Itapipoca evidentemente é diferente de ser um ídolo nos grandes de Belém, os estádios talvez não lotem com a mesma constância que aqui e a perspectiva de ser campeão pelo Itapipoca num campeonato dominado por Fortaleza e Ceará certamente é bem menor, mas ainda assim sua despedida dos gramados nesse momento promete muito mais reconhecimento e glória do que lhe reservava no futebol paraense, um final de carreira mais digno do que outros bons atletas de sua safra. Por sua longevidade no futebol profissional e as glórias conquistadas já com idade tão avançada, Dema merece o respeito deste que vos escreve e parece cada vez mais propenso a roubar de Edil o posto de Highlander - O Guerreiro Imortal do futebol paraense.
Link para matéria sobre o atleta no itapipoca

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Parabéns Papãozinho! Boa sorte daqui pra frente.

Este blog oferece suas congratulações ao grupo de atletas entre 15 e 18 anos (sub-18) que participou da 45 Copa São Paulo de Futebol Junior e que ontém se despediu da competição com a derrota por 4x1 para o Pão-de-Açucar Esporte Clube (clube da empresa Pão-de-Açucar, de Abílio Diniz). Sua participação foi digna e honrosa, boa sorte com o seguimento de suas carreiras daqui pra frente, seja com o futebol ou não.

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Ok, entendo, você deve estar se perguntando porque dar os parabéns a um time que jogou três jogos, ganhou um e perdeu três e passou longe da classificação? Porque é assim que as coisas funcionam nas divisões de base, e de um modo geral as pessoas tem esquecido disso.

Ninguém cobra os times profissionais de Paysandu ou Remo sejam campeões da Copa Do Brasil, a qual disputam contra times de todas as divisões do futebol brasileiro, e nem é porque seja impossível ganhar como Criciúma, Juventude, Santo André e Paulista de Jundiai já comprovaram em vitórias sobre adversários mais expressivos nas finais de 91, 99, 2004 e 2005. O torcedor paraense, de um modo geral, já percebeu que o trabalho realizado aqui não visa ser campeão desses torneios, que a desorganização interna dos clubes compromete qualquer expectativa de trabalho bem realizado. O Paysandu participou diversas vezes e jamais conseguiu passar da segunda eliminatória, o Remo já fez campanhas muito boas mas há algum tempo sua torcida percebeu que ficar entre os 4 primeiros (como o time ficou em 91) não é jornada das mais fáceis, e o clube tem desapontado a torcida com eliminações para adversários de menor expressão como Palmas-To. Águia e Ananindeua conseguiram passar do primeiro mata-mata em suas únicas participações ... os poucos demais participantes paraenses da Copa do Brasil, nem isso. Copa do Brasil é um título que está ao alcance dos times do Pará, mas que eles não ousam se postular como candidatos ao título porque compreendem que não tem preparo o suficiente para isso.

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Assim sendo, porque exigir do papãozinho sub-18, que teve cerca de 3 treinadores nos três últimos meses de preparação para o torneio, que brigassem pelo título? Careca, Didí (figura muito misteriosa por sua atuação de bastidores na curuzú durante 2010) e Mancha treinaram pouquíssimo tempo cada um o time para formar alguma base. O time que disputou a primeira fase do parazão como "time negra" foi mesclado com uma série de atletas fora da idade para disputar a copa são paulo, então é questionável como trabalho de preparação também. Felizmente o time não precisou ir de ônibus até a competição, senão algum desastre como a derrota de 6x1 para o Corinthians na abertura da copa são paulo de 2007 poderia ter se repetido. Aliás, é um filme velho. Antigamente, quando as viagens de avião eram mais complicadas, geralmente as equipes paraenses que iam disputar competições em outros estados e pegavam viagens longas perdiam impiedosamente seus jogos (tema para outras postagens futuras, por sinal).

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Por fim, não custa relembrar que o objetivo nas divisões de base não é ganhar títulos, mas formar atletas e pessoas. O Paysandu fez uma jornada fantástica em 2006 quando ficou em sexto na Copa São Paulo de Futebol Junior, mas a direção bicolor queimou aquela geração de atletas quando não trabalhou aqueles atletas para servirem ao time profissional, ninguém daquele grupo se firmou no time bicolor. Por outro lado, o time que perdeu para o Corínthians por 6x1 revelou o goleiro Paulo Wanzeller, que ainda tá no elenco principal buscando espaço, e o atacante moisés, que fez o único gol do paysandu naquele jogo.

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Paulo Wanzeler inclusive falhou em alguns dos gols naquela goleada, deixando uma impressão ruim em muita gente sobre o seu potencial (esse que vos escreve incluso) naquele momento. Mas há de se considerar, será que não pesou para o desempenho ruim I - a viagem desgastante, II - a inexperiência em torneios nacionais, III - a juventude e as ocilações que são comuns da idade? Acredito que sim para as três possibilidades. Paulo Wanzeler está há três anos no elenco principal do Paysandu, e inclusive já disputou vários jogos como titular nesse período. A torcida sabe que pode confiar mais nele do que em boa parte dos arqueiros contratados pelo clube para serem reservas nesse período. Estando os titulares Alexandre Fávaro e Ney na faixa dos seus 33/34 anos, mais próximos do final da carreira do que de seu início, não seria um bom negócio para o clube preparar esse arqueiro jovem para substituí-los quando estes atletas se aposentarem ou mudarem de ares? Guardadas as proporções, foi o que o São Paulo Futebol Clube fez quando deixou o ex-goleiro do Sinop por cerca de 6 anos na reserva do Zetti e depois lhe deu a chance de ser titular do Gol Tricolor, e a Juventus de Torino ao dar a chance de titular a Alessandro Del Piero, ex-reserva por anos do craque Roberto Baggio, após a transferência do ídolo italiano para o rival Milan. Ceni e Del Piero se tornaram dois dos maiores ídolos de seus clubes e sua identificação com outras agremiações hoje é praticamente impossível. Que Wanzeler não passe nem perto disso, mas imagine que economia e segurança seria simplesmente apostar no crescimento de um atleta local com história dentro do clube ao invés de dar um tiro no escuro todo início de temporada?

Preparar atletas vai além de disputar competições e ganhar títulos, mas significa também preparar fisica e mentalmente o atleta para a transição ao grupo de atletas do time profissional. Em termos simbólicos se trata da transição da infância-adolescência para a vida adulta, uma fase que é difícil para todo mundo e que muita gente tem dificuldades. Nesse momento o clube precisa oferecer orientação e estar pronto para lidar com a realidade que nem todo mundo lá vai seguir como jogador de futebol (não é sempre que os filhos fazem aquilo que os pais pedem, não é?), mas que um ex-atleta que recebeu formação no clube certamente será um adulto digno e que terá em alta estima o clube que o preparou, podendo voltar a colaborar com o clube de outras formas. Vários diretores e abnegados de Paysandu, Remo e Tuna foram atletas do clube em seu passado. A vida de atleta passa mas a ligação fica para sempre. Será que os dirigentes de nossos clubes tem noção disso? Ou eles simplesmente estão preocupados em vender os jogadores das divisões de base para pagar as dívidas que eles mesmos contraíram em suas farras de contratações de atletas adultos e profissionais?

Em tempo, parabéns extras ao atleta Yago/Pikachu, pela sua segunda participação destacada na competição. O atleta disputou a copa são paulo em 2008 pela equipe do castanhal, chegando a marcar gol na partida contra o Palmeiras.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Paramaribo - Pará - Saldo final

É isso aí amigos. O torneio de Paramaribo acabou. Mais um troféu para a coleção, dinheiro para saldar dívidas urgentes e histórias. Este tipo de troféu não é novidade na história de nossos clubes, o dinheiro ajuda mas não resolve nada mas as histórias ... essas sim. Alimentam o folclore, a rivalidade sadia e com isso aquecem a paixão dos torcedores. Que 2011 comece bem. Abraços a todos.

Castanhal - O "novo águia"?

Aliás, muita atenção com o Castanhal Futebol Clube e seu "quadrado mágico" Flamel, Soares, Helinho e Branco. Se o técnico Luís Carlos Apeú já estiver devidamente amadurecido e a torcida comparecer em bom número ao Maximino Porpino, o Modelão, o Japiim pode alçar alguns vôôs bem ousados esse ano.

Será uma surpresa como foram Águia de Marabá em 2008 e São Raimundo em 2009, vice-campeões estaduais e com grandes campanhas (título no caso da Pantera mocoronga) no campeonato brasileiro? Muitos clubes no estado tem essa pretensão desde então, 2010 não viu um time repetir essas grandes jornadas, só o Águia de Marabá que voltou a fazer papel bonito no parazão e uma campanha boa, mas sem êxito, na série C.

Para uma jornada de sucesso, talvez tão importante quanto a organização em campo seja o resguardo fora-de-campo com um trabalho dedicado e bem organizado da direção do clube e nesse aspecto infelizmente não tenho como cravar com certeza que esse trabalho existe. Vamos ficar de olho.

Rato na toca do lobo [2]

Vamos dar tempo ao tempo. Seu ex-colega de ataque na Tuna Luso em 2001 Helinho ainda está batendo uma bola redondinha no Castanhal Futebol Clube. A maturidade parece lhe ter feito bem. Apesar de não ter se firmado até hoje em Remo ou Paysandu tem marcado suas últimas passagens pelo futebol paraense com muita dedicação e gols, talvez até merecendo uma chance maior.

Rato na toca do Lobo?

Rato contratado pelo Paysandu. E agora? Será uma boa? Cleyson Rato arrebentou com a camisa bicolor na série A em 2002, mas de lá pra cá já fazem longos 8 anos... como estará a bola dele?

CLEYSON RATO - Aos 32 anos
retorna ao paysandu. Foto
meramente ilustrativa.
Por sinal, alguns diretores dizem que não é contratação, mas sim um "período de testes", embora o presidente tenha afirmado que ele pessoalmente fechou a contratação.

Que feio!

Paulo Comelli. Tudo bem achar que seu time merecia melhor sorte, defender que jogou melhor com um jogador a menos boa parte da partida ... mas culpar o regulamento !?!?! Francamente. Era um torneio de pré-temporada, tal qual o torneio Ama Belém, promovido pela prefeitura em 2007, quando um Re x Pa foi decidido pelo número de escanteios cobrados e o Leão levou a taça. Esse chororô só alimenta a gozação dos adversários e valoriza um revés mínimo.

Em tempo, a atitude dele destribuindo gestos ofensivos aos torcedores do paysandu na chegada a Belém é algo lamentável. Embora os torcedores mais ignorantes costumem gostar quando um profissional do seu clube do coração toma um gesto desse tipo, não é digno de um treinador com tanta rodagem esse comportamento. Ele mais do que ninguém deveria saber que o mundo dá voltas e que coisas assim só depõe contra ele mesmo.


Paulo Comelli nos tempos de treinador do Bahia.

Parabéns [2]

Marlon. Desde 2007 figura certa no time do Remo. É o atleta há mais tempo no clube do atual elenco e manteve a tradição dos belos gols (fez até gol olímpico em Re x Pa ano passado). Seja jogando como volante ou como lateral vai ser difícil tirar ele do time.

Parabéns [1]


Ney volta com grande destaque após as 3 defesas de pênalty que garantiram o título ao papão. No mínimo deve ser uma sombra bem insinuante sobre Alexandre Fávaro, que vai ser bem mais cobrado após as boas atuações de seu companheiro de posição. Ninguém efetivamente esperava muito dele após sua chegada, mas o arqueiro mostra que tem seu valor com essas boas atuações e que vai brigar pelo seu espaço.

Dinheiro na mão é vendavel [2]

* Por sinal não ficou muito claro o valor total da cota porque não ficou especificado se eram dólares Surinameses ou Dólares americanos. A cotação do primeiro é de 0,60 centavos de real e a do segundo 1,69 reais. A diferença do valor da cota (21.283 reais para o dolar Surinamês e 59.150 reais para o dolar americano) é bem razoável.

* Seja qual for a cotação, esse valor não paga sequer uma folha salarial inteira de Remo ou Paysandu nesse exato momento.

* Desconfio até que no paysandu o salário de alguns atletas é superior ao valor de cota na cotação surinamesa ...

Dinheiro na mão é vendaval ...

Embora a cota de 35 mil dólares seja bem maior do que Remo e Paysandu costumam embolsar em seus jogos amistosos, não é um valor pra salvar a lavoura de ninguém. As atrocidades administrativas e econômicas de ambos os clubes geraram um passivo tão grande que certamente no caminho entre aeroporto e sedes dos clubes o dinheiro já terá sido gasto para cobrir alguma emergência.

Daqui pra frente [2] ...

Nesse aspecto um elogio ao Remo, que levou em seu plantel o que, se imagina, será a base do time titular nesse começo de temporada. A direção valorizou seu plantel e o próprio torneio ao levar o que tinha de melhor, e ao não ficar contratando durante o desenrolar da competição deu segurança e estímulo para seus atletas e comissão técnica desenvolverem o trabalho de forma equilibrada. É claro que isso tudo aumenta a frustração do seu torcedor, que viu o grande rival fazer tudo ao contrário e levantar a taça ao final, mas isso faz parte do jogo. O futebol tem dessas coisas. Mas, tecnicamente, é mais facil para os azulinos nesse momento apontar para o seu elenco e dizer onde ele precisa de reforços e o que ele precisa treinar melhor, do que para os bicolores.

Daqui pra frente ...

O que mais se pode dizer sobre essa conquista? Praticamente mais nada. O time que disputou a competição no Suriname e o que vai disputar o resto da temporada devem ser bem diferentes. Entre atletas se recuperando, readquirindo condicionamento físico e recém-contratados, muita gente nem viajou. Certamente que Sandro, Vanderson, Zeziel, Tinoco, Alexandre Fávaro e Alex Oliveira não estão na Curuzú para ser banco ou esperar oportunidades para mostrar seu futebol. Fora que ainda tem mais contratação a caminho ...

Parabéns Papão - Campeão Transfronteiras

Parabéns ao Paysandu Sport Club e seus atletas. Retornam de Suriname com o troféu de 90 anos da Federação de Futebol do Suriname na mão, 35 mil dólares no bolso e muita história pra contar, certamente. Começar o ano com uma conquista e de quebra derrotar o maior rival é um senhor pé-direito e certamente vai dar uma injeção de ânimo em seus atletas, comissão técnica e torcedores.